O projeto europeu Energytran, liderado pela Organização de Estados Ibero-americanos (OEI), já conta com 18 meses de execução e entra agora em sua reta final, prevista para 31 de dezembro deste ano. Ao longo deste ano e meio de implementação, o projeto—realizado em conjunto com outras 10 instituições de pesquisa parceiras da Europa, da América Latina e do Caribe—atingiu mais de 700 pessoas e envolveu mais de 60 instituições.
Para levar a cabo esta iniciativa, foram desenvolvidos quatro princípios metodológicos. Em primeiro lugar, a “cooperação horizontal” entre todos os países participantes. Em segundo lugar, a “inclusão”, necessária para integrar a dimensão inclusiva na transição energética (gênero, perspectiva indígena etc.) a fim de garantir um processo justo e igualitário.
A terceira dimensão é a “participação”: diferentes atores envolvidos na transição energética devem participar, não apenas a academia, mas também a administração pública, as empresas e a sociedade civil. E, por fim, o “impacto social relevante”, cujo objetivo é destacar que qualquer iniciativa de pesquisa e inovação deve gerar impacto social e ser útil às políticas públicas e à sociedade.
Além disso, o Energytran dá especial ênfase à sustentabilidade da transição energética sob uma perspectiva ambiental. Isso significa que essa transição deve não apenas modificar a matriz energética da região, mas fazê-lo de maneira respeitosa com o meio ambiente, tanto no uso de fontes renováveis quanto no impacto que possa gerar nos ecossistemas.
Diante desse desafio, surgem questões como: de que forma enfrentar os efeitos da exploração do lítio sobre os recursos hídricos e os solos? Como lidar com o impacto sobre a biodiversidade dos parques eólicos, ou a reciclagem adequada das placas solares? E como regular o uso intensivo de terras e o desmatamento que pode decorrer da utilização da biomassa na produção de energia?
Nos dias 8 e 9 de outubro, será realizado o evento virtual “Rumo a uma Transição Energética Ambientalmente Sustentável”. Será um espaço de reflexão em que se aprofundará nos efeitos que os sistemas alternativos de energia podem gerar nos ecossistemas, nas principais mudanças associadas e nas estratégias para enfrentá-los, ao mesmo tempo em que serão apresentados exemplos de casos de sucesso de políticas e regulações para uma transição verde.
Participarão palestrantes como Fernando Valladares, do Museu de Ciências Naturais da Espanha, e Natalia Andrea Restrepo Vélez, da Comissão para a Cooperação Ambiental, entre outros especialistas que incentivarão a troca de conhecimentos, experiências e práticas na Europa, América Latina e Caribe para enfrentar os desafios ambientais comuns da transição energética e promover a colaboração em pesquisa e inovação. Para ver o programa e se inscrever, clique aqui.
